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Fuzil AK47: A russa inigualável - Parte 1

Atualizado: 13 de jan. de 2021


O tradicional fuzil de assalto AK-47, também conhecido como Kalashnikov, calibre 7,62x39mm criado em 1947 é uma ferramenta que já tem decadas de existência e experiencias em cenários de combate em todo globo. E apesar de já ter tido várias mudanças e alterações em seu projeto e nas variaveis subsequentes continua praticamente com sua estrutura base inalterada devido a perfeição de seu design. Essa ferramenta e foi uma verdadeira revolução no mundo das armas devido ao sua potência, funcionalidade, simplicidade para manutenção e resistir a praticamente qualquer cenário. Nesta matéria vamos conhecer a história, desenvolvimento, funcionamento, bem como suas variantes.



História e desenvolvimento



O então Sargento Mikhail Kalashnikov, das forças armadas soviéticas que fora ferido em combate em 1942, concebeu um protótipo de pistola-metralhadora enquanto estava de licença médica. Sua primeira arma foi indeferida em razão da complexidade, no entanto ele foi designado ao órgão de investigação e desenvolvimento de armas leves do Exército Vermelho perto de Moscou, para continuar a sua educação e trabalho em outras armas.


Kalashnikov projetou uma carabina semiautomática, fortemente influenciado pelo fuzil M1 Garand. Esta carabina, embora não tenha sido bem sucedida por si só, serviu como ponto de partida para seu primeiro fuzil de assalto, provisoriamente conhecido como AK No.1 ou AK-46.




Sendo assim o AK-46 foi selecionado para o desenvolvimento de ensaios de comissão, com outras duas armas dos designers e Dementiev e Bulkin. Na segunda fase de ensaios, que incluía três armas (AK-46 por Kalashnikov, AB-46 por Bulkin e AD por Dementiev), resultou na rejeição da AK-46 melhorada, que foi inferior aos outros em vários aspectos. Após a falha técnica do AK-46, Kalashnikov e seu companheiro designer Zaitsev (que era um designer de armas na fábrica Kovrov) decidiram reformular completamente a concepção, com o uso de soluções técnicas bem sucedidas emprestadas de várias armas, incluindo seus concorrentes diretos. Por exemplo, o pistão de gás a longo-curso ligado ao ferrolho rotativo, juntamente com a montagem de retorno por mola, foram aparentemente inspirado do modelo AB Bulkin-46; a ideia de grandes distâncias entre o conjunto do ferrolho e as paredes da caixa da culatra, com atrito mínimo das superfícies, foi inspirada no Sudaev AS-44; a alavanca de segurança foi copiada do rifle de caça Remington modelo 8 projetado por Browning, etc.

Essa cópia e empréstimo de ideias realmente foi incentivada pela Comissão, pois toda propriedade intelectual na URSS era considerada propriedade do 'povo', ou do Estado. Assim, todas as empresas estatais poderiam utilizar-se das propriedades intelectuais existentes. E a criação de um novo fuzil de assalto mais eficaz para o vitorioso Exército Soviético estava certamente no topo da lista das prioridades.





Após extensos testes, realizados em dezembro de 1947 e Janeiro de 1948, que incluíram melhoramentos nos três modelos, os resultados foram pouco conclusivos. O AK-47 foi concebido para ser o mais durável e confiável dos três concorrentes, porém perdia em precisão para os outros, especialmente no modo automático (que era, e ainda é considerado o principal modo de fogo na doutrina russa/soviética). Na verdade, a única arma que cumpriu os requisitos de precisão o AB Bulkin-47, mas teve alguns problemas com a durabilidade das peças. Após longa discussão, a comissão de estudos finalmente decidiu que o mais preciso não necessariamente é o mais confiável. Esta decisão de última instância levou a Comissão a recomendar o AK-47 para ensaio com a tropa em novembro de 1947. Foi decidido que a produção da nova arma devia ser iniciada na fábrica de armas Ijevsk (atual edifício Ijevsk Machine Plant Ijmash). Kalashnikov passou de Kovrov para Ijevsk para colaborar com a produção da nova arma, que teve início em meados de 1948. A adoção oficial seguiu-se no final de 1949, com a nomenclatura padrão de "7,62 milímetros Avtomat Kalashnikova AK" (7,62 mm carabina automática Kalashnikov). Ao mesmo tempo, uma versão de coronha dobrável foi aprovada para o uso em unidades aéreas, como "7,62 milímetros Avtomat skladnoy Kalashnikova AK S' (7,62 mm carabina automática Kalashnikov, dobrável). Após aprovação dos militares, foi colocado em produção em Izhmash em 1951, sob a mesma denominação de base.



Ao longo dos anos seguintes, o projeto do AK incorporou muitas pequenas alterações e atualizações, mas foi o fuzil de assalto experimental Korobov TKB-517 (testado pelo Exército Soviético em meados dos anos 1950), que estimularam um maior desenvolvimento do AK. Como principais alterações o AKM apresentou a introdução da caixa da culatra em aço estampado, e dispositivo de boca para anular/reduzir o momento que tende a levantar o cano da arma quando do disparo. Outras mudanças foram o redesenho da coronha ligeiramente levantada e a empunhadura do punho tipo pistola. O compensador de boca pode ser substituído por um silenciador. Isto requer um silenciador especial e munição subsônica. Outra mudança do AKM foi uma melhora da alça de mira, com escalonamentos de 100-1000 (em vez dos 800 da AK) metros. Ambos os 800 metros e 1000, no entanto, são demasiado otimistas para qualquer uso prático, uma vez que o fogo efetivo é limitado a cerca de 300-400 metros, se não menos. Em 1974, o Exército Soviético oficialmente adotou a munição 5,45 mm e o fuzil AK-74 seu novo armamento padrão. O AKM, no entanto, nunca foi oficialmente declarado obsoleto e retirado de serviço, e ainda está em unidades do exército russo. Algumas unidades de apoio ainda estão armadas com modelos AKM. Há também um crescente interesse nas armas 7,62 mm, pois as tropas ficaram desapontados com a baixa eficácia da munição 5,45 mm durante os conflitos locais na década de 1990. Algumas forças especiais (principalmente da polícia e do Ministério de Assuntos Internos), atualmente operam na Chechênia, com fuzis AKM. Em 1974, os soviéticos começaram a substituir seus fuzis AK-47 e AKM por um novo projeto, o AK-74, que usa munição 5,45×39mm. Este novo fuzil e cartucho só começou a ser fabricado em países do Leste Europeu quando a União Soviética entrou em colapso, reduzindo drasticamente a produção do AK-74 e de outras armas do antigo bloco soviético.


Mesmo depois de quase sete décadas, o modelo e suas variantes continuam sendo os fuzis de assalto mais populares e amplamente usados no mundo devido à sua grande confiabilidade em condições adversas, baixos custos de produção comparados às armas ocidentais contemporâneas, disponibilidade em praticamente todas as regiões geográficas e a facilidade no uso. Atualmente, apesar da proliferação do calibre 5,56 / 5,45 mm, muitas empresas continuam a fabricar fuzis 7,62 mm para uso militar ou policial (por exemplo, há uma AK-103, feito em limitada números pela IZHMASH na Rússia). Além disso, a produção das AKs semiautomáticas continua em muitos países, incluindo a Rússia, Bulgária, Romênia, China, entre outros.



Na próxima página vamos conhecer a estrutura e funcionamento da AK47.




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