A série Cobra kai do Netflix que está na sua terceira temporada nos leva sobre questionamento sobre conceitos do verdadeiro combate e os que são apenas para a prática esportiva. O Professor Daniel Larusso é uma pessoa bem intencionada e seu estilo de karate Miyagi-Do de pronto podemos reconhece-lo como uma boa filosofia... para o esporte. Amizade, companheiros, espírito desportivo, ótimos conceitos que devem ser ensinados para qualquer atleta digno. Porém, as bases filosóficas do Cobra kai: Bata primeiro, bata forte, sem piedade são extremamente importantes em um confronto real e são os pilares para uma autodefesa séria. Nesta postagem vamos ver cada uma das bases filosóficas do Kobra Kai e como elas podem ser usadas para montarmos nossa autodefesa (Colocando a psicopatia do Mestre Kreese de lado).
Antes de prosseguir leia com atenção: Nossas postagens tem como objetivo levar conhecimento e informação sobre temas referentes a legítima defesa e estrito cumprimento do dever legal presentes em nossa Constituição Federal e Código Penal. O uso indevido dessas informações bem como suas consequências são de responsabilidade única e exclusivamente de quem as praticar. Por isso use o cérebro!!!
Após ler a mensagem acima pode continuar a leitura da matéria abaixo:
Bata Primeiro
Sim, na rua em uma situação de combate os três primeiros segundos definem o combate. Rua não é campeonato, não há honra na realidade das ruas, você não tem um oponente, tem um inimigo a sua frente, pronto dependendo da situação para te humilhar, machucar, aleijar e até matar. Não há regras, nem juiz, se um agressor te atacar ou sua família você precisa sobreviver. Você não sabe nada sobre o inimigo que te ataca na rua, se está armado ou não, se treina algum tipo de sistema de combate, ou se pode ter aliados dele nas proximidades. Golpeando primeiro o agressor que invade o seu espaço pessoal que já está te ameaçando você já inicia o confronto com vantagem, podendo nocauteá-lo, ou deixa-lo desorientado antes mesmo de iniciar uma luta corporal, e ainda te fornece oportunidade para se afastar rapidamente do local.
Bata forte
Um ataque forte, rápido, violento e feroz é sem dúvida a filosofia básica do combate real. Utilizando todo potencial da descarga adrenergética a seu favor o seu adversário verá que você não é um alvo fácil e não está para brincadeira, podendo até desestimula-lo. E ainda se o agressor tiver algum aliado próximo pensará duas vezes antes de entrar na confusão, afinal ninguém gosta de se machucar.
Sem piedade
Essa é uma base importante de se entender sobre a filosofia do Cobra Kai, pois como já disse o Psicólogo canadense Jordan Peterson em uma de suas palestras: Você só será respeitado se tiver presas (Nós comentamos sobre isso aqui). Ovelhas hoplofóbicas com medo de ser responsabilizar pela sua segurança sempre serão alvos visados por valentões e psicopatas de plantão. Em um país com 67 mil homicídios e latrocínios anuais, 62 mil estupros, milhares de desaparecidos (inclusive crianças), milhões de roubos e furtos, a única forma de agir é tiro, porrada, e bomba (logicamente estamos falando aqui em situações relacionadas com legítima defesa, legítima defesa de terceiros, e estrito cumprimento do dever legal, previstos no Código Penal brasileiro vigente).
Miyagi-Do X Kobra Kai
Como dito acima o Myagi-Do é uma arte marcial voltada "apenas" para "campeonato", e para "filosofia", e Daniel Larusso deixa isso bem claro durante todos os episódios. Já a escola Cobra Kai de Johnny Lawrence busca despertar a força de seus alunos, desenvolvendo sua autodefesa despertando seu primitivismo. Incrível observar a transformação do personagem Eli Moskowitz que sofria bullying apanhando e sendo humilhado pelos valentões da escola por conta de sua timidez e sua fissura labial, até que decidiu entrar para a escola Cobra kai, e aprendeu que respeito não é de graça, deve ser conquistado. E como a cobra que troca de pele Eli se reinventou em uma imagem mais agressiva.
Falcão aprendeu que a autopiedade impede a pessoa de encontrar sua força.
Vimos isso também a mesma situação com a aluna Aisha Robinson humilhada por toda escola devido a sua obesidade, sendo rejeitada mesmo querendo fazer amizade com todos, até o dia que decidiu conquistar seu próprio lugar e não se importar mais em ser aceita pelas pessoas que a caçoavam. A aluna Aisha aprendeu a importância do autorrespeito e que não se deve ficar mendigando amizade e aceitação dos outros. Quando se passa uma imagem de fraco, mesmo as outras pessoas que não são as agressoras não querem ser vistas e associadas com a vítima, que acaba em um ostracismo.
A aluna Aisha Robinson aprendeu a importância do autorrespeito.
Outra fator interessante que vimos na série que mostra como a escola Cobra kai é voltada para a sobrevivência das ruas foi a aluna Tory Nichols que andava armada com um equalizador de força, um soco inglês. E ainda vemos técnicas psicológicas para desenvolver a mente inabalável e tática de seus alunos, competições internas no grupo como no episódio onde se dividiram em dois grupos em um bosque e o membro de cada grupo deveria tomar a faixa de um membro do grupo rival, também vimos o episódio em que treinaram dentro de um caminhão misturador de cimento (quase matando os alunos com intoxicação por amianto).
Em um episódio na terceira temporada onde o aluno deveria derrubar o alvo, uma vaso, de cima de um poste de madeira com um chute. E também na terceira temporada teve o dia em que Kreese alimentou uma cobra com um rato para mostrar para seus alunos que a natureza é cruel e você deve que decidir se é presa ou predador. De novo: Kreese é um psicopata e o que ele ensina para seus alunos sobre violência e incentivando invasão a residência e destruição de patrimônio é errado, a violência só deve ser utilizada dentro da lei para proteger um direito natural, nunca por motivos egoístas, que é próprio de criminosos.
Não é a toa que os alunos da escola Cobra kai sempre se sobressaem em relação aos alunos de Daniel Larusso, já que seu foco é apenas luta esportiva, movimentos coreografados, e meditação com árvore Bonsai. Autodefesa como sempre digo é sobreviver a tudo e a todos.
Realidade das ruas versus filosofia marcial.
Lembre-se: O sobrevivencialista e combatente urbano faz seu próprio caminho, é o seu próprio mestre, não procure por um Mestre Yoda pra chamar de seu. Seja questionador, faça cursos em lugares credenciados com profissionais com experiência em área de segurança. Afinal autodefesa é um investimento para proteger a sua vida e daqueles que o cerca. Sempre fi.
Dúvidas? Sugestões? Deixem nos comentários. E nos ajude a lutar por uma internet livre onde possamos aprender e compartilhar conhecimento, sem restrição.
Prof. Marcos Antônio Ribeiro dos Santos
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